FILOSOFANDO.

O novo milênio trouxe, entre suas mudanças, a evolução da Era da Informação para a Era do Conhecimento.
Com as novas tendências e com o mundo mudando a cada amanhecer (na maioria das vezes não dá tempo nem de amanhecer), chegou-se a conclusão que informação por si só não basta, é preciso ir além, é preciso provar que somos mais inteligentes que os macacos. É preciso saber o que fazer com a informação. É preciso conhecer.

Essa ideia, que deve ter surgido num daqueles campos de golfe frequentado por gringos, em pouco tempo tomou projeções gigantescas: livros, revistas e treinamentos passaram a anunciar o novo perfil do homem, um novo modelo a ser adotado.

Como era de se esperar, todos se atualizaram rapidamente. Buscaram ao fundo informações que vão desde a história da Menina do Chapeuzinho Vermelho
até muito além da Teoria do Caos.
Ainda assim o homem não se satisfez, afinal, era preciso complicar mais. Aí decidiram apostar na atualização constante e na qualidade contínua.

E o homem, como um servo fiel, acatou novamente. Pra você ter ideia, até o renomado autor das teorias dos buracos negros, por repensar demais suas ideias, chegou a conclusão de que ele estava enganado.

Assim, o homem se preocupou tanto em conhecer o mundo, se empenhou
constantemente no processo de atualização e de qualidade que hoje sabe de cor e salteado as mais diversas teorias, fórmulas e tendências mas sobre si mesmo, não sabe nada.

(Inclusive, esses dias eu participei de uma dinâmica de seleção onde rolou a famosa “quem é você?”. Fique na expectativa de alguém perguntar se podia procurar no Google)

O homem preocupado com a vida em Marte deixou de lado a sua própria vida e já está começando a pagar caro por isso.

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